Com a mão no coração
fechou os olhos
e sentiu-se descoberta
Antes, tímida, perdeu o medo
Aprendeu a colocar seus sentimentos
Encontrou o seu valor
E aumentou a sua visão de mundo
Não tendo preconceitos,
Aceitou as diferenças
Escutou, viu, percebeu o outro
E descobriu que,
Fazendo parte deste quebra-cabeça,
é uma peça importante
que contribui, participa
E caminha com o objetivo comum
de transformar,
E, saber que para isto
é preciso sonhar.
Poema de Vanda Farias, educadora popular.
Livro Aprendendo a Ser e a Conviver - FTD
Tem T.O. aqui
SER TERAPEUTA OCUPACIONAL é... "fazer das dificuldades um caminho para a descoberta de novas habilidades."
quinta-feira, 30 de junho de 2011
domingo, 26 de junho de 2011
terça-feira, 21 de junho de 2011
A importância da Terapia Ocupacional nos planos de saúde
clicar aqui para a visualização da matéria.
Em janeiro, a Agência Nacional de Saúde (ANS) exigiu que até o meio de 2010 os planos de saúde devem cobrir 12 consultas de terapia ocupacional por ano. Antes, a obrigação das empresas era garantir seis consultas. A decisão da ANS é um reconhecimento de que essa especialidade é importante, e de que os brasileiros precisam dela. Contudo, muita gente ficou se perguntando: mas afinal de contas, para que serve um terapeuta ocupacional? Em que esse profissional pode me ajudar?
A terapia ocupacional, ao contrário do que o nome sugere, não serve para preencher o tempo vago das pessoas. A função dessa importante área da saúde é devolver a capacidade das pessoas realizarem suas atividades diárias, como tomar banho, se alimentar, sair de casa, trabalhar e se divertir.
A terapia ocupacional, ao contrário do que o nome sugere, não serve para preencher o tempo vago das pessoas. A função dessa importante área da saúde é devolver a capacidade das pessoas realizarem suas atividades diárias, como tomar banho, se alimentar, sair de casa, trabalhar e se divertir.
Se alguém tiver dificuldade para fazer alguma dessas coisas, ou qualquer outra relacionada com o dia-a-dia, o terapeuta ocupacional entra em cena. É o que acontece, por exemplo, quando uma pessoa sofre um acidente e tem que usar uma cadeira de rodas. Quem vai ajudá-lo a se adaptar a essa nova vida será o terapeuta ocupacional.
A profissão também é essencial em problemas psiquátricos ou psicológicos. Quem passou muito tempo internado em um hospital por exemplo, pode precisar da terapia ocupacional para voltar a fazer compras, se relacionar com os amigos, formar uma famíla. O mesmo ocorre quando idosos começam a perder a memória ou têm dificuldades de comer ou se locomover. Eles precisam desse profissional da saúde para ajudá-los a voltar a fazer suas atividades.
Em seu trabalho, o terapeuta ocupacional se preocupa em estimular as pessoas usando recursos que façam sentido à sua vida. Por isso utiliza atividades simples e criativas, como jogos, exercícios e arte. É por causa disso, também, que se pensa que o terapeuta serve para “ocupar o tempo” das pessoas. Mas não é. Cada exercício proposto tem um sentido especial, e vai ajudar o paciente a recuperar uma habilidade perdida.
Um profissional tão importante para a saúde – e, por que não, para a felicidade – de tanta gente não poderia
ficar fora dos convênios médicos.
ficar fora dos convênios médicos.
Relato de experiência
Como é ser terapeuta ocupacional?
(Por Mariana Fulfaro, http://www.marianaterapeutaocupacional.com/tag/blog/ )
Entrevista para o curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina do ABC.
(Por Mariana Fulfaro, http://www.marianaterapeutaocupacional.com/tag/blog/ )
Entrevista para o curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina do ABC.
Há quanto tempo está formada?
Há 1 ano e meio, mas durante a graduação realizei muitas atividades extracurriculares.
Fez especializações? Quais?
Sim, em Atendimento Interdisciplinar em Geriatria e Gerontologia, no Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”.
Como foi o seu primeiro contato com a Saúde Mental?
Foi no segundo ano de faculdade, em 2005, quando fui fazer minha primeira prática supervisionada em um Núcleo de Atenção Psicossocial (NAPS), em Santo André. (Para saber mais sobre essa instituição clique aqui)
No início fiquei amedrontada e sem saber como agir, nem ao banheiro eu conseguia ir sozinha. Eu me assustava com as pessoas e com o lugar. Depois fui estudando e aprendendo e percebi o quão importante é a saúde mental, independente da área que você escolher. Hoje dou risada dessa história.
Acredito que, independente do caminho que escolher, o profissional deve trazer elementos da saúde mental para a sua atuação, mesmo que essa área seja a reabilitação física. As áreas estão entrelaçadas e durante o processo de reabilitação em algum momento a saúde mental aparecerá.
Qual a sua maior dificuldade como terapeuta ocupacional, tanto na relação com o paciente quanto com a instituição e os trabalhos?
A maior dificuldade que enfrento no dia a dia é com relação ao desconhecimento da profissão. Como grande parte das pessoas associa a Terapia Ocupacional à ocupação despreocupada do tempo, sempre é necessário explicar o que eu faço e o porquê.
Mas mesmo considerando isso uma dificuldade, acredito que é ao mesmo tempo um grande desafio para todo terapeuta ocupacional.
Para explicar para as pessoas o que fazemos, e o contexto de cada atividade terapêutica, é necessário refletir sobre a nossa prática, o que nem sempre é possível, principalmente quando estamos inseridos em grandes instituições.
Como é seu dia a dia, com relação ao seu trabalho?
Atendo muitos idosos e seus familiares, tanto no consultório quanto em domicilio.
A agenda é lotada, sem folgas, mas é muito legal. Adoro atender, então tudo fica mais fácil. Mesmo com a correria dos atendimentos, e dos deslocamentos por São Paulo, consigo pensar em cada pessoa e família, o que me faz ter mais vontade de trabalhar.
Mesmo quando estamos com pessoas que têm a mesma doença, como o Alzheimer, o atendimento e as orientações são individualizados. Cada caso e família são de um jeito, o que representa desafios diários.
Relate um pouco sobre a sua visão sobre a Terapia Ocupacional.
Essa é uma pergunta bem genérica. Mas se eu for escolher algo positivo e outro negativo para falar sobre a profissão eu diria que positivamente temos o crescimento dela aqui no Brasil.
Cada vez mais a Terapia Ocupacional vem aparecendo nas mídias sociais e nos diversos meios de comunicação, e isso ajuda muito na divulgação da profissão.
As pessoas, quando já ouviram falar alguma coisa sobre ela, não sabem muito bem o que esses profissionais fazem, e quando são esclarecidas simplesmente acham o máximo. Compreendem a inserção e a importância desse trabalho na saúde, e levantam a bandeira em defesa da profissão.
Considero como ruim para a Terapia Ocupacional a resistência dos profissionais em definir de forma simples e resumida o que fazem.
Os terapeutas ocupacionais têm dificuldade para definir seu trabalho, e quando o fazem, na grande maioria das vezes, é por meio de exemplos, como quando falamos com crianças.
Já ouvi diversas justificativas para isso, desde profissionais que acham que toda definição deve incluir palavras como “processo”, “subjetividade” e “sujeito” (conceitos específicos da profissão), até profissionais que não sabem como definir a Terapia Ocupacional e apelam para a famosa definição do bem estar biopsicossocial, ou de qualidade de vida.
Deficientes visuais ganham prancha adaptada
Fonte: http://www.unisanta.br/noticia/view.asp?cd=3182&it=9&ft=1&ur=esporte
Fonte: http://www.unisanta.br/noticia/view.asp?cd=3182&it=9&ft=1&ur=esporte
Fonte: http://www.unisanta.br/noticia/view.asp?cd=3182&it=9&ft=1&ur=esporte
Professor da UNISANTA produz prancha adaptada para deficientes visuais, um projeto inédito no mundo |
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POR NARA ASSUNÇÃO - COLABORADORA |
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“O surf mudou minha vida e com o esporte consigo quebrar, todos os dias, paradigmas da sociedade, mostrando que pessoas portadoras de necessidades especiais são capazes de muita coisa. Esta prancha irá contribuir para melhorar minhas habilidades e, principalmente, para incentivar outros deficientes visuais a praticarem o esporte”, disse o aluno da Escola Radical de Santos, Valdemir Pereira Corrêa, deficiente visual há 13 anos e praticante do esporte há 10. A prancha adaptada, à primeira vista, parece como as outras, mas apresenta detalhes importantes para quem não possui visão. De 2,76 metros de comprimento, ela é um longboard, feita com o mesmo material emborrachado usado em bodyboards, mas tem as extremidades macias e a quilha emborrachada, para evitar contusões, além de dois guizos nas pontas, com som parecido com um chocalho, para orientação sonora. Da cor amarela, pois muitos deficientes visuais apresentam sensibilidade ao reflexo da luz, a prancha possui também pontos com relevos de EVA em seu centro e nas bordas. Segundo o professor da Universidade Santa Cecília (UNISANTA) e o idealizador do projeto, Cisco Araña, este projeto é inédito no mundo. “A prancha é fruto de 10 anos de observação e estudo das aulas para Valdemir. Quando ele entrou, foi um desafio e a criatividade foi o segredo para ensiná-lo a surfar”, disse o professor. “Acredito que nesta primeira prancha, acertamos cerca de 99%, mas ainda temos alguns detalhes para aprimorar”, disse Araña. “O próximo passo é conseguir uma bolsa de estudo para Valdemir. Queremos que ele se forme em Educação Física e depois que seja professor da escola”, acrescentou o idealizador do projeto. A escola, localizada no Posto 2, é definida como um mosaico pelo professor Irapagi Caetano, por unir desde crianças, portadores de necessidades especiais, atletas, até a terceira idade. “Trabalhamos também com portadores de necessidades educacionais especiais, que são crianças e adolescentes com problemas na escola e que através do surfe melhoram o comportamento e o desempenho escolar”, disse o professor, que começou na escola como aluno aos 14 anos, no mesmo ano da fundação, em 1992. Depois, em 1995, foi monitor da escola e em 1996, entrou na Faculdade de Educação Física e Esportes (FEFESP) da UNISANTA. Hoje ele é professor da UNISANTA e da Escola Radical. Durante a cerimônia para entregar a prancha, os acadêmicos do 3º e 4º ano do curso, o primeiro a inserir o esporte na estrutura curricular, realizaram jogos cooperativos com cerca de 50 alunos, de 6 a 80 anos, da Escola Radical. Segundo o aluno do 4° ano, Francisco Bortoletto, a escola permite uma integração mágica entre Homem e natureza, além de contribuir com a integração social. “E também aprendemos muito como alunos”, completou. Para divertir a criançada, estava presente o palhaço Saracura e autoridades da Cidade também participaram da festividade. O evento foi realizado na última sexta-feira, dia 15 de junho, no Posto 2, na orla da praia do José Menino, em Santos. Escola Radical – Pioneira no Brasil, a Escola Radical atende cerca de 1.600 alunos ao ano. Cerca de 30.000, entre crianças, adultos e portadores de necessidades especiais já aprenderam a surfar. Só no último verão, mais de 1.200 alunos passaram pela escola. Os acadêmicos do 3º e 4º ano da FEFESP fazem o monitoramento das aulas de Surf e um trabalho diferenciado com os alunos da 3ª idade. Desta forma, os estudantes colocam em prática conceitos recebidos em sala de aula, nas disciplinas de Surf e Esporte para Pessoas Adaptadas. As aulas de Surf e Body Boarding acontecem às quartas, quintas e sextas-feiras, das 8 às 10 horas e das 14 às 16 horas. Crianças a partir de quatro anos podem participar. Não há limite máximo de idade. Informações pelo telefone 3251-9838. Fonte:www.unisanta.br/ |
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Dez coisas que toda criança com autismo gostaria que você soubesse
(Por Ellen Nottohm; tradução livre - Andréa Simon)
1) Antes de tudo eu sou uma criança.
Eu tenho Autismo. Eu não sou somente "Autista". O meu autismo é só um aspecto do meu carácter. Não me define como pessoa. Você é uma pessoa com pensamentos, sentimentos e talentos. Ou você é somente gordo, magro, alto, baixo, míope. Talvez estas sejam algumas coisas que eu perceba quando conhecer você, mas isso não é necessariamente o que você é. Sendo um adulto, você tem algum controle de como se auto-define. Se quer excluir uma característica, pode se expressar de maneira diferente. Sendo criança eu ainda estou descobrindo. Nem você ou eu podemos saber do que eu sou capaz. Definir-me somente por uma característica, acaba-se correndo o risco de manter expectativas que serão pequenas para mim. E se eu sinto que você acha que não posso fazer algo, a minha resposta naturalmente será: Para que tentar?
2) A minha percepção sensorial é desordenada.
Interacção sensorial pode ser o aspecto mais difícil para se compreender o autismo. Quer dizer que sentidos
ordinários como audição, olfacto, paladar, toque, sensações que passam desapercebidas no seu dia-a-dia podem ser dolorosas para mim. O ambiente em que eu vivo pode ser hostil para mim. Eu posso parecer distraído ou em outro planeta, mas eu só estou tentando me defender. Vou explicar o porquê uma simples ida ao mercado pode ser um inferno para mim: a minha audição pode ser muito sensível. Muitas pessoas podem estar falando ao mesmo tempo, música, anúncios, barulho da caixa registradora, telemóveis tocando, crianças chorando, pessoas tossindo, luzes fluorescentes. O meu cérebro não pode assimilar todas estas informações, provocando em mim uma perda de controlo. O meu olfacto pode ser muito sensível. O peixe que está à venda na peixaria não está fresco; a pessoa que está perto pode não ter tomado banho hoje; o bébé ao lado pode estar com uma fralda suja; o chão pode ter sido limpo com amónia. Eu não consigo separar os cheiros e começo a passar mal. Porque o meu sentido principal é o visual. Então, a visão pode ser o primeiro sentido a ser super-estimulado. A luz fluorescente não é somente muito brilhante, ela pisca e pode fazer um barulho. O quarto parece pulsar e isso machuca os meus olhos. Esta pulsação da luz cobre tudo e distorce o que estou vendo. O espaço parece estar sempre mudando. Eu vejo um brilho na janela, são muitas coisas para que eu consiga me concentrar. O ventilador, as pessoas andando de um lado para o outro... Tudo isso afecta os meus sentidos e agora eu não sei onde o meu corpo está neste espaço.
3) Por favor, lembre de distinguir entre não poder (eu não quero fazer) e eu não posso (eu
não consigo fazer)
Receber e expressar a linguagem e vocabulário pode ser muito difícil para mim. Não é que eu não escute as frases. É que eu não te compreendo. Quando você me chama do outro lado do quarto, isto é o que eu escuto "BBBFFFZZZZSWERSRTDSRDTYFDYT João". Ao invés disso, venha falar comigo directamente com um vocabulário simples: "João, por favor, coloque o seu livro na estante. Está na hora de almoçar". Isso me diz o que você quer que eu faça e o que vai acontecer depois. Assim é mais fácil para compreender.
4) Eu sou um "pensador concreto" (CONCRETE THINKER).
O meu pensamento é concreto, não consigo fazer abstracções. Eu interpreto muito pouco o sentido oculto das palavras. É muito confuso para mim quando você diz "não enche o saco", quando o que você quer dizer é "não me aborreça". Não diga que "isso é moleza, é mamão com açúcar"quando não há nenhum a mamão com açúcar por perto e o que você quer dizer é que isso é algo fácil de fazer. Gírias, piadas, duplas intenções, paráfrases, indirectas, sarcasmo eu não compreendo.
5) Por favor, tenha paciência com o meu vocabulário limitado.
Dizer o que eu preciso é muito difícil para mim, quando não sei as palavras para descrever o que sinto. Posso
estar com fome, frustrado, com medo e confuso, mas agora estas palavras estão além da minha capacidade, do que eu possa expressar. Por isso, preste atenção na linguagem do meu corpo (retracção, agitação ou outros sinais de que algo está errado). Por um outro lado, posso parecer como um pequeno professor ou um artista de cinema dizendo palavras acima da minha capacidade na minha idade. Na verdade, são palavras que eu memorizei do mundo ao meu redor para compensar a minha deficiência na linguagem. Por que eu sei exactamente o que é esperado de mim como resposta quando alguém fala comigo. As palavras difíceis que de vez em quando falo podem vir de livros, TV, ou até mesmo serem palavras de outras pessoas. Isto é chamado de ECOLALIA. Não preciso compreender o contexto das palavras que estou usando. Eu só sei que devo dizer alguma coisa.
6) Eu sou muito orientado visualmente porque a linguagem é muito difícil para mim.
Por favor, mostre-me como fazer alguma coisa ao invés de simplesmente me dizer. E, por favor, esteja preparado para me mostrar muitas vezes. Repetições consistentes ajudam-me a aprender. Um esquema visual ajuda-me durante o dia-a-dia. Alivia-me do stress de ter que lembrar o que vai acontecer. Ajuda-me a ter uma transição mais fácil entre uma actividade e outra. Ajuda-me a controlar o tempo, as minhas atividades e alcançar as suas expectativas. Eu não vou perder a necessidade de ter um esquema visual por estar
crescendo. Mas o meu nível de representação pode mudar. Antes que eu possa ler, preciso de um esquema visual com fotografias ou desenhos simples. Com o meu crescimento, uma combinação de palavras e fotos pode ajudar mais tarde a conhecer as palavras.
7) Por favor, preste atenção e diga o que eu posso fazer ao invés de só dizer o que eu
não posso fazer.
Como qualquer outro ser humano não posso aprender em um ambiente onde sempre me sinta inútil, que há algo errado comigo e que preciso de "CONSERTO". Para que tentar fazer alguma coisa nova quando sei que vou ser criticado? Construtivamente ou não é uma coisa que vou evitar. Procure o meu potencial e você vai encontrar muitos! Terei mais que uma maneira para fazer as coisas.
8) Por favor, me ajude com as interacções sociais.
Pode parecer que não quero brincar com as outras crianças no parque, mas algumas vezes simplesmente não sei como começar uma conversa ou entrar na brincadeira. Se você pode encorajar outras crianças a me convidarem a jogar futebol ou brincar com carrinhos, talvez eu fique muito feliz por ser incluído. Eu sou melhor em brincadeiras que tenham actividades com estrutura começo-meio-fim. Não sei como "LER" expressão facial, linguagem corporal ou emoções de outras pessoas. Agradeço se você me ensinar como devo responder socialmente. Exemplo: Se eu rir quando Sandra cair do escorrega não é que eu ache engraçado. É que eu não sei como agir socialmente. Ensine-me a dizer: "você esta bem?".
9) Tente encontrar o que provoca a minha perda de controle.
Perda de controlo, "chilique", birra, má-criação, escândalo, como você quiser chamar, eles são mais horríveis para mim do que para você. Eles acontecem porque um ou mais dos meus sentidos foi estimulado ao extremo. Se você conseguir descobrir o que causa a minha perda de controle, isso poderá ser prevenido - ou até evitado. Mantenha um diário de horas, lugares pessoas e actividades. Você encontrar uma sequência pode parecer difícil no começo, mas, com certeza, vai conseguir. Tente lembrar que todo comportamento é uma forma de comunicação. Isso dirá a você o que as minhas palavras não podem dizer: como eu sinto o meu ambiente e o que está acontecendo dentro dele.
10) Se você é um membro da família me ame sem nenhuma condição.
Elimine pensamentos como "Se ele pelo menos pudesse…" ou "Porque ele não pode…" Você não conseguiu atender a todas as expectativas que os seus pais tinham para você e você não gostaria de ser sempre lembrado disso. Eu não escolhi ser autista. Mas lembre-se que isto está acontecendo comigo e não com você. Sem a sua ajuda as minhas hipóteses de alcançar uma vida adulta digna serão pequenas. Com o seu suporte e guia, a possibilidade é maior do que você pensa.
Eu prometo: EU VALHO A PENA.
E, finalmente três palavras mágicas: Paciência, Paciência, Paciência.
Ajuda a ver o meu autismo como uma habilidade diferente e não uma incapacidade. Olhe por cima do que você acha que seja uma limitação e veja o presente que o autismo me deu. Talvez seja verdade que eu não seja bom no contacto olho-no-olho e conversas, mas você notou que eu não minto, roubo em jogos, fofoco com as colegas de classe ou julgo outras pessoas? É verdade que eu não vou ser um Ronaldinho "Fenômeno" do futebol. Mas, com a minha capacidade de prestar atenção e de concentração no que me interessa, eu posso ser o próximo Einstein, Mozart ou Van Gogh (eles também tinham Autismo), uma possível resposta para Alzheimer, o enigma da vida extraterrestre, etc. - O que o futuro tem guardado para crianças autistas como eu, está no próprio futuro. Tudo que eu posso ser não vai acontecer sem você sendo a minha Base.
Pense sobre estas "regras" sociais e se elas não fazem sentido para mim, deixe de lado. Seja o meu protector seja o meu amigo e nós vamos ver ate onde eu posso ir.
CONTO COM VOCÊ!!!
Retirado do site: http://www.autimismo.com.br/
1) Antes de tudo eu sou uma criança.
Eu tenho Autismo. Eu não sou somente "Autista". O meu autismo é só um aspecto do meu carácter. Não me define como pessoa. Você é uma pessoa com pensamentos, sentimentos e talentos. Ou você é somente gordo, magro, alto, baixo, míope. Talvez estas sejam algumas coisas que eu perceba quando conhecer você, mas isso não é necessariamente o que você é. Sendo um adulto, você tem algum controle de como se auto-define. Se quer excluir uma característica, pode se expressar de maneira diferente. Sendo criança eu ainda estou descobrindo. Nem você ou eu podemos saber do que eu sou capaz. Definir-me somente por uma característica, acaba-se correndo o risco de manter expectativas que serão pequenas para mim. E se eu sinto que você acha que não posso fazer algo, a minha resposta naturalmente será: Para que tentar?
2) A minha percepção sensorial é desordenada.
Interacção sensorial pode ser o aspecto mais difícil para se compreender o autismo. Quer dizer que sentidos
ordinários como audição, olfacto, paladar, toque, sensações que passam desapercebidas no seu dia-a-dia podem ser dolorosas para mim. O ambiente em que eu vivo pode ser hostil para mim. Eu posso parecer distraído ou em outro planeta, mas eu só estou tentando me defender. Vou explicar o porquê uma simples ida ao mercado pode ser um inferno para mim: a minha audição pode ser muito sensível. Muitas pessoas podem estar falando ao mesmo tempo, música, anúncios, barulho da caixa registradora, telemóveis tocando, crianças chorando, pessoas tossindo, luzes fluorescentes. O meu cérebro não pode assimilar todas estas informações, provocando em mim uma perda de controlo. O meu olfacto pode ser muito sensível. O peixe que está à venda na peixaria não está fresco; a pessoa que está perto pode não ter tomado banho hoje; o bébé ao lado pode estar com uma fralda suja; o chão pode ter sido limpo com amónia. Eu não consigo separar os cheiros e começo a passar mal. Porque o meu sentido principal é o visual. Então, a visão pode ser o primeiro sentido a ser super-estimulado. A luz fluorescente não é somente muito brilhante, ela pisca e pode fazer um barulho. O quarto parece pulsar e isso machuca os meus olhos. Esta pulsação da luz cobre tudo e distorce o que estou vendo. O espaço parece estar sempre mudando. Eu vejo um brilho na janela, são muitas coisas para que eu consiga me concentrar. O ventilador, as pessoas andando de um lado para o outro... Tudo isso afecta os meus sentidos e agora eu não sei onde o meu corpo está neste espaço.
3) Por favor, lembre de distinguir entre não poder (eu não quero fazer) e eu não posso (eu
não consigo fazer)
Receber e expressar a linguagem e vocabulário pode ser muito difícil para mim. Não é que eu não escute as frases. É que eu não te compreendo. Quando você me chama do outro lado do quarto, isto é o que eu escuto "BBBFFFZZZZSWERSRTDSRDTYFDYT João". Ao invés disso, venha falar comigo directamente com um vocabulário simples: "João, por favor, coloque o seu livro na estante. Está na hora de almoçar". Isso me diz o que você quer que eu faça e o que vai acontecer depois. Assim é mais fácil para compreender.
4) Eu sou um "pensador concreto" (CONCRETE THINKER).
O meu pensamento é concreto, não consigo fazer abstracções. Eu interpreto muito pouco o sentido oculto das palavras. É muito confuso para mim quando você diz "não enche o saco", quando o que você quer dizer é "não me aborreça". Não diga que "isso é moleza, é mamão com açúcar"quando não há nenhum a mamão com açúcar por perto e o que você quer dizer é que isso é algo fácil de fazer. Gírias, piadas, duplas intenções, paráfrases, indirectas, sarcasmo eu não compreendo.
5) Por favor, tenha paciência com o meu vocabulário limitado.
Dizer o que eu preciso é muito difícil para mim, quando não sei as palavras para descrever o que sinto. Posso
estar com fome, frustrado, com medo e confuso, mas agora estas palavras estão além da minha capacidade, do que eu possa expressar. Por isso, preste atenção na linguagem do meu corpo (retracção, agitação ou outros sinais de que algo está errado). Por um outro lado, posso parecer como um pequeno professor ou um artista de cinema dizendo palavras acima da minha capacidade na minha idade. Na verdade, são palavras que eu memorizei do mundo ao meu redor para compensar a minha deficiência na linguagem. Por que eu sei exactamente o que é esperado de mim como resposta quando alguém fala comigo. As palavras difíceis que de vez em quando falo podem vir de livros, TV, ou até mesmo serem palavras de outras pessoas. Isto é chamado de ECOLALIA. Não preciso compreender o contexto das palavras que estou usando. Eu só sei que devo dizer alguma coisa.
6) Eu sou muito orientado visualmente porque a linguagem é muito difícil para mim.
Por favor, mostre-me como fazer alguma coisa ao invés de simplesmente me dizer. E, por favor, esteja preparado para me mostrar muitas vezes. Repetições consistentes ajudam-me a aprender. Um esquema visual ajuda-me durante o dia-a-dia. Alivia-me do stress de ter que lembrar o que vai acontecer. Ajuda-me a ter uma transição mais fácil entre uma actividade e outra. Ajuda-me a controlar o tempo, as minhas atividades e alcançar as suas expectativas. Eu não vou perder a necessidade de ter um esquema visual por estar
crescendo. Mas o meu nível de representação pode mudar. Antes que eu possa ler, preciso de um esquema visual com fotografias ou desenhos simples. Com o meu crescimento, uma combinação de palavras e fotos pode ajudar mais tarde a conhecer as palavras.
7) Por favor, preste atenção e diga o que eu posso fazer ao invés de só dizer o que eu
não posso fazer.
Como qualquer outro ser humano não posso aprender em um ambiente onde sempre me sinta inútil, que há algo errado comigo e que preciso de "CONSERTO". Para que tentar fazer alguma coisa nova quando sei que vou ser criticado? Construtivamente ou não é uma coisa que vou evitar. Procure o meu potencial e você vai encontrar muitos! Terei mais que uma maneira para fazer as coisas.
8) Por favor, me ajude com as interacções sociais.
Pode parecer que não quero brincar com as outras crianças no parque, mas algumas vezes simplesmente não sei como começar uma conversa ou entrar na brincadeira. Se você pode encorajar outras crianças a me convidarem a jogar futebol ou brincar com carrinhos, talvez eu fique muito feliz por ser incluído. Eu sou melhor em brincadeiras que tenham actividades com estrutura começo-meio-fim. Não sei como "LER" expressão facial, linguagem corporal ou emoções de outras pessoas. Agradeço se você me ensinar como devo responder socialmente. Exemplo: Se eu rir quando Sandra cair do escorrega não é que eu ache engraçado. É que eu não sei como agir socialmente. Ensine-me a dizer: "você esta bem?".
9) Tente encontrar o que provoca a minha perda de controle.
Perda de controlo, "chilique", birra, má-criação, escândalo, como você quiser chamar, eles são mais horríveis para mim do que para você. Eles acontecem porque um ou mais dos meus sentidos foi estimulado ao extremo. Se você conseguir descobrir o que causa a minha perda de controle, isso poderá ser prevenido - ou até evitado. Mantenha um diário de horas, lugares pessoas e actividades. Você encontrar uma sequência pode parecer difícil no começo, mas, com certeza, vai conseguir. Tente lembrar que todo comportamento é uma forma de comunicação. Isso dirá a você o que as minhas palavras não podem dizer: como eu sinto o meu ambiente e o que está acontecendo dentro dele.
10) Se você é um membro da família me ame sem nenhuma condição.
Elimine pensamentos como "Se ele pelo menos pudesse…" ou "Porque ele não pode…" Você não conseguiu atender a todas as expectativas que os seus pais tinham para você e você não gostaria de ser sempre lembrado disso. Eu não escolhi ser autista. Mas lembre-se que isto está acontecendo comigo e não com você. Sem a sua ajuda as minhas hipóteses de alcançar uma vida adulta digna serão pequenas. Com o seu suporte e guia, a possibilidade é maior do que você pensa.
Eu prometo: EU VALHO A PENA.
E, finalmente três palavras mágicas: Paciência, Paciência, Paciência.
Ajuda a ver o meu autismo como uma habilidade diferente e não uma incapacidade. Olhe por cima do que você acha que seja uma limitação e veja o presente que o autismo me deu. Talvez seja verdade que eu não seja bom no contacto olho-no-olho e conversas, mas você notou que eu não minto, roubo em jogos, fofoco com as colegas de classe ou julgo outras pessoas? É verdade que eu não vou ser um Ronaldinho "Fenômeno" do futebol. Mas, com a minha capacidade de prestar atenção e de concentração no que me interessa, eu posso ser o próximo Einstein, Mozart ou Van Gogh (eles também tinham Autismo), uma possível resposta para Alzheimer, o enigma da vida extraterrestre, etc. - O que o futuro tem guardado para crianças autistas como eu, está no próprio futuro. Tudo que eu posso ser não vai acontecer sem você sendo a minha Base.
Pense sobre estas "regras" sociais e se elas não fazem sentido para mim, deixe de lado. Seja o meu protector seja o meu amigo e nós vamos ver ate onde eu posso ir.
CONTO COM VOCÊ!!!
Retirado do site: http://www.autimismo.com.br/
domingo, 19 de junho de 2011
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